Summary: O fenômeno da eutrofização de corpos hídricos, especialmente relacionados com captação de águas de abastecimento de regiões urbanas, promove as condições de florações de algas cianobactérias. A presença de algas e cianobactérias alteram significativamente a qualidade de águas por meio das alterações de cor, odor e sabor e, também, a geração potencial de toxinas denominadas genericamente de cianotoxinas (Dorr et al. 2010). A presença de cianotoxinas em corpos d’água inviabiliza os seus múltiplos usos tais como água de distribuição, recreacional além de causar possíveis danos a cadeia alimentar nos corpos hídricos pela potencial de bioacumulação nos diversos níveis tróficos associados (Ibelings and Chorus, 2007; Smith et al., 2008; Galvao et al., 2009; Martins and Vasconcelos, 2009).. No Brasil, apesar da quase universalização do suprimento de água potável e de uma legislação de qualidade de águas bem direcionada para o monitoramento de cianotoxinas, pequenas comunidades (<10.000 habitantes) ainda são particularmente susceptíveis de surtos de doenças e possíveis intoxicações devido a incapacidade de monitoramento continuo da qualidade de águas de distribuição. Assim, torna-se imperativo o investimento em ações de vigilância da qualidade de águas direcionado para estas comunidades bem como a sua adoção para todo o sistema de monitoramento (De Leon and Yunes, 2001; Azevedo et al., 2002; Frias et al., 2006; Echenique et al., 2008).
As cianotoxinas constituem uma classe de compostos produzidos por cianobacterias que, geralmente, apresentam estrutura química de três tipos principais: peptídeos cíclicos, alcalóides e lipopolissacarídeos com efeitos hepatóxicos, neurotóxicos e dermatotoxicos, respectivamente (van Apeldoorn et al., 2007). No Brasil e América do Sul, surtos de cyanobacteria em corpos hídricos tem sido reportados em 45% dos estados Brasileiros com ampla distribuição ( Norte, Nordeste e Sul), tanto em ambientes naturais quanto em reservatórios artificiais, com predominância dos gêneros Microcystis e Anabaena embora mais recentemente com relatos da ocorrência de Cylindospermopsis sp. (Sant’Anna and Azevedo, 2000. (Huszar et al., 1998; Bouvy et al., 2000).
Conforme Dorr et al. (2010) os dados de ocorrência de surtos de cianotoxinas no continente sul-americano são sub-estimados e geralmente não relatados na literatura pertinente. Este fato se deve ser atribuído, entre outras causas, a deficiências dos programas de monitoramento da qualidade de águas dos diversos países e falhas no seu sistema de relatoria desses surtos, os quais devem ser motivo de preocupação constante do setor de saúde publica e ambiental. As principais metodologias de detecção e quantificação de cianotoxinas, principalmente microcistinas em amostras de águas incluem a)Bioensaios; b) HPLC ou CLAE; c) Imuno- ensaios (ELISA); d) Inibição da Fosfatase; e) biologia molecular. A escolha do método mais adequado irá depender do nível e da qualidade de informação que se quer obter, dos equipamentos disponíveis, do custo da análise, de pessoas treinadas e do tempo necessário para a obtenção de resultados, a fim de que em um caso de risco em potencial, as decisões cabíveis sejam tomadas rapidamente. Entretanto, tais metodologias de detecção e quantificação ainda são muito trabalhosas e onerosas, não atendendo aos critérios da legislação de qualidade de águas visando a ampliação das técnicas de monitoramento para pequenas e médias comunidades. Assim, é muito importante que se desenvolva metodologias simplificadas de detecção de cianotoxinas como uma importante ferramenta para aumentar significativamente os aspectos de segurança e a qualidade de águas.

Starting date: 2012-10-01
Deadline (months): 24

Participants:

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Coordinator * Sérvio Túlio Alves Cassini
Researcher * Ricardo Franci Gonçalves
Student Master * Regina de Pinho Keller
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