MODELO LINEAR MISTO COM INTERAÇÕES E COMPONENTES PRINCIPAIS PARA AVALIAR O EFEITO MÚLTIPLO DE POLUENTES E VARIÁVEIS CLIMÁTICAS NA SAÚDE RESPIRATÓRIA

Nome: Faradiba Sarquis Serpa
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/08/2019
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
Valdério Anselmo Reisen Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
Eliana Zandonade Examinador Interno
Neyval Costa Reis Jr. Examinador Interno
Valdério Anselmo Reisen Orientador

Resumo: O objetivo desta tese é investigar o efeito dos poluentes atmosféricos MP10, MP2,5 e SO2 sobre a função pulmonar de crianças e adolescentes residentes em uma área urbanizada, por meio de modelos de regressão linear misto com interação entre covariáveis e Análise de Componentes Principais (ACP). A amostra foi composta por 82 crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 18 anos, residentes no entorno (<2km) de uma estação de monitoramento da qualidade do ar do município de Vitória, ES. Os exames de função pulmonar foram realizados mensalmente no período de julho a dezembro de 2017. Considerou-se como desfecho principal o percentual do volume expiratório forçado no primeiro segundo em relação ao previsto (VEF1%). Os dados de concentração dos poluentes foram obtidos da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAr) – estação Enseada do Suá) e os dados meteorológicos do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CEPETEC. Para quantificar a associação entre VEF1%, os poluentes MP10, MP2,5 e SO2, a temperatura, a umidade e outras covariáveis de interesse, foram aplicados cinco modelos vertentes do Modelo Misto (MM). Os modelos I e II exploraram os efeitos do poluente e da temperatura no VEF1%. O modelo III explorou o efeito interativo, entre os poluentes e as variáveis climáticas sobre o VEF1%. No modelo IV, além das preditoras de maior interesse, poluição e variáveis climáticas, foram consideradas variáveis adicionais de interesse. No modelo V foi empregada a técnica de ACP. As análises evidenciam correlação negativa entre temperatura e VEF1% e correlação positiva entre os poluentes e a temperatura. A introdução da interação entre poluente e temperatura, como variável preditora, contribui para mitigar esse problema da multicolinearidade. Quando consideradas as concentrações médias máximas diárias dos poluentes e as médias máximas de temperatura para o período, foram observadas reduções no VEF1%. Para os modelos com o MP10, os percentuais de redução do VEF1% foram de 1% no modelo apenas com o poluente como variável preditora, 3,7% quando introduzida a temperatura como outra variável preditora e de 3% quando considerada a interação entre poluente e temperatura. Para os modelos com o MP2,5, os percentuais de redução do VEF1% foram de 1,2%, 3,4% e 3,2%, respectivamente. Nos modelos com o SO2, os percentuais de redução foram superiores, 4,8% no modelo apenas com o poluente como variável preditora, 4% quando introduzida a temperatura e 4,6% quando considerada a interação entre poluente e temperatura. No modelo completo observou-se relação inversa significativa entre os poluentes MP10 e SO2 e o VEF1%. A temperatura e o tabagismo passivo também apresentaram associação inversa significativa com o VEF1%. No MLM com ACP, ao considerar-se todos os poluentes, observou-se redução de 10% do VEF1%, mais expressiva em relação aos poluentes de forma isolada. Os achados desta tese sugerem que a concentração dos poluentes MP10, MP2,5 e SO2 e o nível da temperatura estão associados com redução da função pulmonar em crianças e adolescentes.

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