AVALIAÇÃO DO DÉFICIT HÍDRICO NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Nome: Julielza Betzel Baldotto
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/11/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Diogo Costa Buarque Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Antonio Sérgio Ferreira Mendonça Examinador Interno
Diogo Costa Buarque Orientador
RODRIGO CAUDURO DIAS DE PAIVA Examinador Externo

Resumo: O estudo dos déficits de armazenamento de água sobre uma região, caracterizando suas variações no
espaço e no tempo, determinando o que seria considerado evento seco, revela possíveis
comportamentos do que pode ser esperado como uma crise hídrica ou sinais de alerta para a mesma.
Os eventos secos têm sido tratados por meio de índices que consideram, por muitas vezes, a falta do
regime normal de chuva, apenas sobre a ótica da meteorologia ou somente voltado para a área
agrícola. No entanto, algumas ferramentas conseguem registrar variações das massas de água em toda
sua verticalidade, alcançando assim, a determinação dos períodos em que ocorreram as mudanças
sobre o armazenamento de água de uma forma mais ampla, sobre todo o ecossistema. Para tanto,
análises gravimétricas estão sendo utilizadas para registrar o movimento das águas ao longo do globo
terrestre e em escala temporal. A missão GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment) é um par
de satélites que possui sensores capazes de capturar esse tipo de informação e por processamento
desses sinais, diagnosticar valores que representam o equivalente em água de uma região, ou seja, o
que está armazenado na localidade em um período. Nesse estudo, os valores de armazenamento de
água processados pelo CSR (Center for Space Research), da Universidade do Texas, foram convertidos
em valores de anomalia média mensal de armazenamento de água, sobre cada bacia hidrográfica que
compõe a região do Estado do Espírito Santo, para representar os déficits hídricos espaçotemporalmente ocorridos no período de 2002 a 2020 e caracterizá-los como eventos secos. Além isso,
o modelo MGB foi avaliado como ferramenta para simular valores de armazenamento de água por
meio da comparação com os valores do GRACE, a fim de projetar valores de anomalia média mensal
de armazenamento de água, averiguando asfaltas hídricas de 1950 a 2019. Para caracterizar os déficits
hídricos, algumas medidas estatísticas foram aplicadas sobre os valores de anomalia média mensal de
armazenamento de água, determinando a duração, tendência, frequência, magnitude, severidade e
tempo de recuperação desses períodos secos. Para as simulações com o modelo, o MGB foi calibrado
com dados fluviométricos e, a partir de suas saídas, calculado os valores de anomalia média mensal de
armazenamento de água, para ser comparadas aos valores do GRACE por coeficientes de eficiência.
Com isso, também foi possível simular valores de déficit hídrico para o período passado. Como
resultado, a missão GRACE diagnosticou tendência de déficit hídrico de maior intensidade no sentido
noroeste da região avaliada e uma frequência de eventos secos de longa duração, com destaque para
três deles: o primeiro de 2002 a 2004, o segundo, de maior severidade e magnitude, ocorrido de 2014
a 2017, que não se recupera antes do terceiro evento, de 2018 a 2020. A simulação de armazenamento
de água com o MGB se mostrou capaz de reproduzir valores de déficits hídricos capturados pelos
satélites. Já a projeção de valores de anomalia média mensal de armazenamento de água com o MGB,
demonstrou que a região hidrológica em que está inserido o Espírito Santo sofreu com secas em grande
parte da década de 50, em alguns anos da década de 60 e 70, na segunda metade da década de 80,
em toda a década de 90, em alguns anos da década de 2000 e com a última delongada seca, de 2014
a 2019. Dessas, grande parte são citadas em literatura. Desse modo, os sinais do GRACE capturaram
os principais eventos secos ocorridos no Espírito Santo. Já o MGB se mostrou uma ferramenta eficaz
para reproduzir os valores de armazenamento de água, principalmente sobre bacias de maior porte,
como as bacias do rio Doce.

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