Modelo conceitual para integração das gestões de recursos hídricos e agroflorestal utilizando modelo de sustentabilidade como estratégia

Nome: ANGÉLICA NOGUEIRA DE SOUZA TEDESCO

Data de publicação: 29/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BRUNO PETERLE VANELI Coorientador
DIOGO COSTA BUARQUE Examinador Interno
EDMILSON COSTA TEIXEIRA Presidente
JOSE ANTONIO TOSTA DOS REIS Examinador Interno
MARCOS FRANKLIN SOSSAI Examinador Externo

Páginas

Resumo: A gestão dos ecossistemas, particularmente, da água e da agrofloresta, pode ser
abordada como sistema socioecológico (SSE) interdependente, com interações de
extrema complexidade e de importância estratégica em escala global. A ciência e a
política têm buscado formas de integrar SSE em prol do desenvolvimento equilibrado,
justo e sustentável. Nesse sentido, a integração da Gestão de Recursos Hídricos
(GRH) com a Agroflorestal (GAF) assume um papel relevante para superar práticas
dispersas e a fragmentação dessas gestões, que comprometem o desenvolvimento
sustentável de regiões. As abordagens sistêmicas, integradas e adaptativas são
apontadas como alternativas para enfrentar esses desafios. Entretanto, ainda não
foram definidos, de maneira suficiente, modelos ou métodos para integrar essas
gestões no contexto citado. Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo
desenvolver um modelo conceitual para a integração da GRH com a GAF, direcionado
ao Desenvolvimento Sustentável; ou seja, um modelo de auxílio à Gestão
Hidroagroflorestal, tomando-se o Modelo de Sustentabilidade (MS) como referência
estratégica para sua construção. Nesse sentido, foi realizado: (1) aprofundamento
teórico-conceitual, baseado em extensa revisão de literatura para apreensão de
fatores relevantes que influenciam a GRH e a GAF, suas interações e análise de
métodos de avaliação da sustentabilidade; (2) definição e aplicação de estratégias
para a construção de modelo conceitual aplicados à GRH e à GAF; e (3) construção
do Modelo de Avaliação de Sustentabilidade aplicado à Gestão Hidroagroflorestal
(MASHAF). Assim, com a execução dessas atividades, foi possível: construir MS
aplicados às gestões, constituídos por 52 fatores intervenientes de GRH e 49 fatores
de GAF, respectivamente, guiados por atributos sistêmicos decorrentes de visão
orientadora da sustentabilidade e por caracterização dos sistemas e de seus
contextos, resultando na sistematização das estruturas conceituais por dimensões
sociocultural, político-institucional, ambiental e econômica; além de, construir o
MASHAF por meio de uma nova estrutura analítica de interação entre os objetivos,
associados aos fatores relevantes do MS aplicado a cada gestão gerando um sistema
hidroagroflorestal caracterizado e estruturado pela interação de 101 fatores da Gestão
Hidroagroflorestal que afetam reciprocamente as gestões, e analisado pela matriz de
influência mútua. A proposição do MS como referência estratégica para a integração
intersetorial propiciou uma visão holística ao selecionar os fatores relevantes e
promoveu embasamento técnico-científico alinhado aos preceitos do desenvolvimento
sustentável. A análise dos resultados do MASHAF apontou a água como SSE
integrador, e a agrofloresta como indutor do DSR. Desse modo, torna-se
extremamente importante incentivar a implementação dos SAFs por serem
potencialmente indutores de desenvolvimento sustentável, como evidenciaram
Beyene et al. (2019), Froufe et al. (2020) e Elagib e Al-Saidi (2020). Em decorrência
dos conhecimentos adquiridos, foram propostos os MS aplicados a ambas as gestões
para avaliar se e como a implementação dessas gestões está contribuindo (está
alinhada) ao desenvolvimento sustentável. Esses modelos foram basilares para a
proposição do MASHAF e para subsidiar a integração hidroagroflorestal, apontando
caminhos que estabeleçam objetivos comuns da Gestão Hidroagroflorestal e
produzindo benefícios compartilhados e ganhos mútuos. Além disso, o MASHAF pode
contribuir como uma ferramenta orientativa para melhores práticas de gestão, mais
integradas e efetivas, direcionadas ao desenvolvimento sustentável de regiões.

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