Ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. e cistos de Giardia spp. em sistemas de abastecimento da Grande Vitória, ES

Nome: Marcus Andrade Covre
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/07/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Edumar Ramos Cabral Coelho Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Edumar Ramos Cabral Coelho Orientador
Maria Inês Zanoli Sato Orientador
Regina de Pinho Keller Coorientador
Ricardo Franci Gonçalves Examinador Interno

Resumo: Os protozoários Cryptosporidium parvum e Giardia lamblia têm emergido como principais causadores de doenças veiculadas à água, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. A presença destes parasitos em água tem chamado a atenção das organizações internacionais de saúde para uma intervenção nos padrões de qualidade da água para abastecimento público. Os cistos de Giardia e oocistos de Cryptosporidium são resistentes às pressões ambientais, podendo sobreviver por vários meses no ambiente aquático, além resistir ao cloro no processo convencional de desinfecção. A pesquisa foi realizada no período de abril de 2008 a março de 2009, e teve como objetivo avaliar a ocorrência de Giardia e Cryptosporidium em dois sistemas de tratamento de água da região da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo. O sistema Carapina (A) tem duas opções de tratamento na mesma planta, filtração direta e flotofiltração, sendo esta última operada em situações de turbidez > 30 uT na água bruta. O sistema Vale Esperança (B) possui duas linhas independentes de tratamento, uma por filtração direta e outra por tratamento convencional. As técnicas de concentração de protozoários por floculação com CaCO3 e filtração em membranas foram avaliadas através de testes de eficiência relativa em diferentes matrizes (água bruta, filtrada e destilada), para definir qual técnica apresenta melhor desempenho na recuperação dos protozoários. A floculação foi melhor para Giardia (48,30%), mas semelhante à filtração na recuperação de Cryptosporidium (p > 0,05), sugerindo que em pesquisas dos dois protozoários na mesma amostra deve-se utilizar a floculação com CaCO3. Os cistos e oocistos foram visualizados por imunofluorescência direta e contraste de fase. Os dois mananciais estudados não apresentaram diferenças no nível de contaminação dos protozoários (p > 0,05). O tratamento convencional teve o melhor desempenho na remoção dos protozoários, pois não foi detectada a presença dos parasitos no seu efluente filtrado. Na água filtrada da flotofiltração identificou-se a maior freqüência de cistos (50,00%) e oocistos (66,67%). No efluente da filtração direta do sistema B, Giardia e Cryptosporidium foram detectados em 16,67% e 41,67% das amostras, respectivamente. A flotofiltração e a filtração direta do sistema B apresentaram turbidez > 0,5 uT na água filtrada em 100% e 58,33% das amostras, respectivamente. No efluente da filtração direta do sistema A não foram identificados oocistos de Cryptosporidium, somente cistos de Giardia em 16,67% das amostras. Na água tratada dos reservatórios não se detectou os parasitos, porém os resultados podem estar subestimados devido às limitações das técnicas de detecção. A remoção dos protozoários por flotofiltração variou de 1,00 a 2,36 log e na filtração direta nos sistemas A e B ficou entre 0,39 e 1,91 log sendo que na maioria dos meses não foi possível enquadrar a eficiência de remoção na recomendação feita pela USEPA (3,0 log para Giardia e 2,0 log para Cryptosporidium) devido à concentração encontrada em água bruta e o limite de detecção dos métodos. Correlações significativas foram observadas na água bruta, entre os protozoários e os parâmetros turbidez, coliformes totais, E.coli, cor verdadeira e aparente. O presente trabalho foi importante para mostrar a real situação dos sistemas de tratamento de água na região da Grande Vitória, ES, quanto à remoção de protozoários patogênicos, evidenciando a importância do monitoramento de Giardia e Cryptosporidium em águas destinadas ao abastecimento público.

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